terça-feira, 9 de março de 2010

Medo do claro.

Apagaram as luzes. Ainda que estivesse tudo escuro e eu nada conseguisse enxergar, fechei os olhos. Peguei o primeiro objeto que encontrei ao meu alcance, uma almofada. Mesmo sabendo do que se tratava resolvi imaginar o que aquilo poderia ser. Pensei em um sapato, em um vidro de perfume, numa pessoa. Mas ao final de tudo só a figura de uma almofada me vinha à cabeça. Não sei se por falta de criatividade ou direcionamento da imagem, não conseguia mudar meus pensamentos. Uma almofada. Conheço cada aresta e vértice do meu quarto perfeitamente bem, e talvez por isso tivesse tanta certeza do que guardava em meus braços.. porém, certezas nem sempre são de fato certas. Ninguém tem medo do que é conhecido, e o seu contrário é sempre o vilão da história. Há curiosidade sobre o incerto, mas não adianta dizer que o medo não prevalece. É verdade que surpresas desagradáveis podem acontecer, mas, por outro lado, bem próximo a você pode estar um grande tesouro trazido e conservado pelo passar dos anos e devido a escuridão que é o desconhecido, não é percebido.
Acenderam as luzes, e que surpresa. O que tinha nas mãos não era um almofada e sim um pedaço de uma nuvem que peguei em um de meus sonhos quando fui até o céu. Como se não bastasse as aparências sempre me enganarem, apagaram as luzes, de novo. Mas dessa vez, acenderam meus pensamentos.

2 comentários:

  1. Continue com seus pensamentos sempre ligados. *-*
    Adorei o texto. :D

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  2. As vezes queremos que coisas simples representem mais pra nós, mas quando as "luzes se acendem" tudo volta a ser apenas a coisa simples de sempre... Acontece muito quando nos apaixonamos =] Depois a pessoa... Só vai ser uma pessoa...

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