terça-feira, 24 de novembro de 2009

Quanto tempo o tempo tem?

Se dar tempo ao tempo significa esperar,
de quanto tempo será que o tempo vai precisar?
E se esperar sentado é porque vai demorar,
Se em pé eu ficar ele vai se apressar?

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Mundo novo

Ela morava em uma casa apertada. Tão apertada que até seus pensamentos deviam ser controlados de modo que não ocupassem tanto espaço. A comida e a água eram pouco necessárias para sua vida de ócio, e o que sobrava mesmo era o tempo, que não voava.
Às vezes ela pensava (ou achava que pensava) em pensar em sair dali, mas que mundo a aguardava fora de lá? Pra que sair da segurança e pisar em terreno incerto? E aí as antíteses a invadiram. Por que continuar em tamanha monotonia? Decidiu, por fim, partir.
Primeiro demorou a abrir os olhos, tinha medo. A luz que no começo a cegava passou a inundar sua antiga casa de cor, nunca vista antes. E depois disso, ela percebeu o quando tudo era maravilhoso. Ela era linda, colorida, brilhava com o sol e o verde que passeavam a sua volta. Agora era diferente, o tempo voava; e ela, além disso, batia as asas.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Evaporando abaixo de 0 ºC

Idiotice.
É só um oi, nada mais.
O problema é que não dá pra controlar,
e o pulsar dos músculos cardíacos aceleram e pedem bis.
Besteira.
Melhor esquecer, se não vai cansar.
Já cansou.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Inexato

Raiva do que não devia ter,
saudade do que devia ser,
pressa pelo que já passou,
ansiedade por algo que lá ficou.

Sorriso à espera do que ainda virá,
ansiedade por algo que não será,
dúvida entreaberta que o zíper há pouco fechou,
do passado no presente que o futuro reservou.

domingo, 15 de novembro de 2009

Piruetas à la carte


Disciplina. Concentração. A partir do momento que a música começa a ecoar nos ouvidos, o corpo passa a acompanhar seu ritmo inconscientemente. Lembrar de tudo, e ao mesmo tempo esquecer do mundo. Conseguir chegar mais alto só por subir na ponta dos pés; e com um salto voar sem sair do lugar. O brilho que sai dos olhos e ilumina o teatro lotado é pouco perto da felicidade com que o movimento flui, e ao som dos aplausos o sorriso se abre de forma espontânea e verdadeira. A paixão que não se desgasta com os ensaios sucessivos; o dever que não cansa de ser prazeiroso; a liberdade infinita dentro de quatro paredes. Pode ser que alguns digam que tudo isso é passageiro, mas os obstáculos da vida não foram capazes de diminuir qualquer sentimento mencionado anteriormente, e então, quem será? Alegria não basta, progresso muito menos. As palavras faltam quando há muito a se dizer, portanto, quando alguém descobrir alguma palavra que explique o inexplicável, por favor me diga.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Auto-controle, remoto.

No controle remoto dela só tinha uma tecla: stop. Sua mente operava em preto e branco, e as músicas que chegavam aos seus ouvidos não tinham mais melodia. Podia até não perceber as horas passando, nem ao menos os dias; mas sabia que se afundava num mundo paralelo. Às vezes isso é bom, mas não com ela. Sentia além de seus próprios problemas, e acabou se transformando numa alma motorizada, que não pensava nem muito menos tinha sensações particulares. Pode ser contraditório, pois já que ela vivia num mundo próprio, como suas sensações poderiam ser coletivas? Pelo simples fato dela não querer sentir, e acabou tomando posse do que o outro fazia, era muito mais fácil. Acabou se prendendo a uma corrente, na qual a liberdade parecia pior do que a busca do impossível.
Um dia, porém, percebeu que estava ficando cansada. Cansada da vida que levava, ou melhor, da que não levava. Passou a se soltar aos poucos da corrente que a prendia, e percebeu que sair do seu mundo paralelo não parecia mais tão assustador. Superou obstáculos antes inalcançáveis, e mais que isso, correu atrás de algo que há muito tempo não lembrava que existia, ela mesma.
Sua mente agora é colorida, mas seu controle remoto (que agora é só remoto, e não mais controle) continua tendo uma só tecla: play.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Retrospectiva

Passar despercebido, ou tão percebido que acabou em monotonia, ou não. Era o vulto que me perseguia mais perto que minha própria sombra, até então. O esperar uma eternidade, que chegava e ia num milésimo de segundo; e sem ao menos perceber, derreter. Sonhar por falso testemunho, e mesmo assim acreditar num futuro. Rabiscar ideias tortas com um lápis sem ponta, e ainda assim gostar do resultado. É poder, mas não querer; sentir e não desistir. E o pior, é que eu gosto.

domingo, 8 de novembro de 2009

Buraco negro.

Me perco na escuridão das minhas ideias, estas que hoje nem existem.

sábado, 7 de novembro de 2009

descontrole.com

Se fosse fácil não seria tão prazeiroso, tudo bem. Mas precisa ser assim tão difícil? Pensar em querer esquecer não é suficiente, nem muito menos previsível. A angústia imprecisa que insiste em permanecer em meu inconsciente me incomoda insistentemente. A sensação é de que tem uma lâmpada queimada no interior da minha cabeça, e diante de um dia escuro ela atrapalha a irrigação das minhas ideias.
Se fosse fácil não seria intimidador, mas também não precisa ser assim tão descarado. O que é fácil pra mim pode não ser pra você, apesar dos sentimentos atormentantes de hoje serem bem presentes em um qualquer. Só sei que nada sei, ou melhor, sei. Que o futuro reserva surpresas, e o que há por vir é uma erupção descontrolada de emoções efusivas outrora presentes nas tantas idas e vindas, que a gente nunca irá.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Bem aqui, do lado de lá.

Corre. Corre, que ele já está virando a esquina;
Se não alcançá-lo agora, vai ter que correr muito mais;
Calma. Não adianta correr assim, não deixa nada pelo caminho;
Desse jeito vai ser mais difícil recuperar as coisas perdidas;
Tempo.
Corre, mas deixa que sua cabeça vá na frente das suas pernas.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

3x4 virtual.

Ansiedade. Ballet. Carência. Dengo. Esmalte. Fotografia. Grande. Humor. Inglaterra. Jovem. Liberdade. Música. Naturalidade. Orgulho. Paciência. Queijo. Riso. Sardas. Temperamento. Uva. Vida. Walk. Xis. Yakult. Zero, ou um inteiro.