domingo, 27 de dezembro de 2009

Heterogêneo.

Se todos são iguais, por que ainda não criaram um manual de instruções para eles? Fácil seria apenas seguir regras e chegar a um final previamente determinado. Será?
Ele não seria o único a ter o sorriso torto e maravilhoso, nem o andar firme e leve, nem ao menos as mãos grossas e delicadas.. Ele não me acharia única por achar graça em tudo, por ser diferente do que estava acostumado, nem ao menos teríamos os mesmos gostos.
Ele seria igual a um qualquer, e com isso não precisaria ser ele, que tristeza.. Andar na rua e o encontrar, entrar numa loja e ele estar lá, cairia em monotonia, homogeneidade. Reclamo pelas vezes que não fala comigo, pelas palavras que não me diz, e pelo tempo que não podemos viver; mas pior seria se isso acontecesse a toda hora, excluindo a palavra ‘novo’ do meu vocabulário diário.
Apesar de acreditar que eles são imprevisíveis, que nos fazem a cada vez mais acreditar em mentiras e esperar por ilusões, é melhor deixar que um desvende o meu manual, e sendo assim, como eu odeio coisas extremamente previsíveis, deixo que eles montem meu quebra-cabeça.. e se necessário, quebrem a sua.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Lista de supermercado:

Sentir-se bem sem precisar de alguém,
chorar sem motivo pra começar,
voar sem os pés do chão tirar,
abraçar sem vontade de soltar.
Sorrir sem motivo aparente,
admirar o pôr-do-sol quente,
tomar banho de chocolate,
deixar o tempo passar, sem relógio pra controlar.
É bom ver uma árvore velha e enxergar flores.. se magia me fosse concebida, queria viver assim pra toda vida.

Obs: Lembrar disso sempre.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Ponto inicial.

Reticências. De onde vem a ideia de que aquilo que a gente deseja realmente existe? Se tudo que nos atormenta realmente fosse real, com certeza nossos problemas seriam maiores, mesmo parecendo que não. Pensar numa realidade fictícia é até bom; sonhar com um mundo perfeito no qual todas as nossas inúmeras vontades fossem de fácil acesso poderia ser a solução; ou o ponto final.
Ele disse que queria se apaixonar por ela, e por discrepância do destino não aconteceu.
Ela queria receber flores, as mesmas que ele nunca a entregou.
Ele queria manipulá-la, e achava que ela não percebia quando isso acontecia, ilusão.
Ela queria um companheiro do jeitinho que ele era, um amor.
Ele só falava com ela às vezes, e achava isso normal.
Ela o queria toda hora, e como isso não era possível, lamentava.
Ele queria a ela, mas não da mesma forma que ela o queria.
Desejos contrários numa caminhada em conjunto não formam um par. É melhor deixar pra lá.
E assim, sem certeza alguma do que é realidade ou não, e sem saber o que vai acontecer, o sábio saberá que não vai ser. Portanto, deixo que meu ponto fique pronto depois. Vírgula.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Par e ímpar.

Pode não ser o que parece, e é bom que seja assim; pensamentos simultâneos que por incrível que pareça habitam mentes de pessoas diferentes, acabam se encontrando numa linha tênue entre pensar e falar. Transmissão ou não dos mesmos fazem com que coincidências tragam felicidade instantânea e surpresa ao perceber que talvez você não seja o único que pense assim dessa forma. Talvez, sua 'cabeça-metade' esteja perto, talvez nem tanto, mas você a reconhecerá num piscar de olhos, ou nesse caso, pensamentos. A minha, já reconhecida, é digna de um reconhecimento enorme. Ela além de me completar ainda consegue ser ímpar.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

E eu só queria parar de pensar.

Quanto mais penso mais confusa fico, normal. Mas quando eu paro de pensar penso mais ainda. A mente vazia se encarrega de arrumar ocupação de uma forma assustadoramente rápida e faz com que qualquer ponto que esteja de passagem pelos meus neurônios esbarre numa membrana de fácil acesso até meus pensamentos. Ruim é não ter força suficiente pra controlar ideias tortas, desinteressantes; ou até tê-la, mas não saber como dosá-la de forma positiva.
Múltiplas sensações invadem a mim, quando tudo que eu queria era apenas uma: liberdade. Aonde posso encontrá-la? Vago por aí, sem direção, a sua procura. E o máximo que consigo encontrar são suas primeiras letras. Tenho que admitir que a busca provavelmente é eterna, e quanto mais a desejo, menos a tenho. Acho que não quero mais ela, deixa que ela venha até mim. E agora, enquanto penso em como não pensar, espero reconhecer o que tanto procuro numa curva ou numa reta, ou até mesmo numa parada; até lá.